Monitoramento da PM ajuda desvendar esquema de fraudes em licitações

17/04/2024 as 07:40
Um monitoramento realizado pela Polícia Militar levou ao conhecimento do Ministério Público (MP) sobre o esquema de fraudes em licitações públicas com a participação de empresas em nomes de laranjas no estado de São Paulo.
Alguns dos alvos, ligados à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), tiveram as comunicações interceptadas há alguns meses. “Esse monitoramento levou a identificação do esquema criminoso liderado por pessoas ligadas à facção criminosa”, explicou o coronel Emerson Massera.
Ontem (16), a PM, por meio do Batalhão de Choque, deu suporte logístico e operacional para o cumprimento de 42 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão temporária da Operação Munditia, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Cerca de 200 policiais participaram da ação.
Uma central de monitoramento acompanhou em tempo real o deslocamento dos policiais pelas cidades alvo das buscas. Conforme o balanço, 13 pessoas foram presas. Entre elas, três vereadores e um advogado, além de agentes públicos.
A operação apura o envolvimento de integrantes do PCC na disputa de licitações públicas de prefeituras do estado de São Paulo. Estão sob investigação contratos nas cidades de Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba, entre outras, que passam dos R$ 200 milhões.
Ainda segundo o Gaeco, as investigações desvendaram o esquema tinha três núcleos compostos por empresários e funcionários das empresas, advogados e agentes políticos e servidores públicos, favorecendo a contratação das invesitgadas ligadas ao crime organizado.
A investigação apontou que a estrutura criminosa simulava concorrência pública com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
As empresas investigadas atuavam de forma recorrente a frustrar a competição de contratações de mão-de-obra terceirizada no estado, diversas prefeituras e câmaras.
A denominação, “Muditia”, alude ao grupo econômico investigado e aos principais contratos de mão-de-obra terceirizada voltados à limpeza.
NOTA DA PREFEITURA DE ITATIBA
A Prefeitura de Itatiba afirma através de nota oficial que equipes foram à sede da prefeitura nesta terça-feira, e que atendeu todas as solicitações feitas.
Segundo a administração, os averiguados desta investigação não têm, atualmente, nenhuma relação contratual com o Poder Executivo, que “entende que é fundamental a colaboração com a Justiça para esclarecimento dos fatos e preza por manter sempre a transparência dos atos públicos, ficando à disposição para atender quaisquer novas solicitações judiciais”.

Foto: SSP-SP
Por Assessoria de Imprensa e Comunicação da Secretaria da Segurança Pública