O juiz Luiz Antônio Alves Torrano encerrou oficialmente sua carreira na magistratura no último dia 30 de outubro, completando exatos 36 anos de dedicação à Justiça. Sua trajetória, marcada pela ética, pelo equilíbrio e pela valorização do conhecimento, tem um capítulo especial ligado a Itatiba, onde exerceu o cargo de juiz titular entre 1992 e 1999.
Natural de Orindiúva e criado em Catanduva, Torrano formou-se em Letras antes de seguir o caminho jurídico. A paixão pela linguagem e pela clareza de expressão sempre o acompanhou nas sentenças e despachos, tornando seu estilo reconhecido entre advogados e servidores. Depois de ingressar na magistratura em 1989, escolheu Itatiba como uma das primeiras comarcas em que atuou, consolidando laços com a comunidade e deixando marcas de serenidade e comprometimento.
Durante os sete anos em que esteve à frente do Fórum de Itatiba, conquistou respeito tanto pela firmeza nas decisões quanto pela sensibilidade com as causas humanas. Paralelamente à vida no Judiciário, seguiu contribuindo com a formação acadêmica — obteve mestrado em Letras e, posteriormente, em Direito — unindo o raciocínio jurídico à reflexão literária, numa combinação rara no meio forense.
Após sua passagem por Itatiba, Torrano foi promovido para Campinas, onde exerceu importantes funções administrativas. Foi diretor do Fórum Central da Comarca e liderou a criação de novas Varas e Unidades de Processamento Judicial (UPJs), medidas que modernizaram o atendimento e reduziram o acúmulo de processos. Em todas as funções, destacou-se pela busca de eficiência e pelo incentivo ao diálogo entre magistrados e servidores.
Ao se despedir do cargo, o agora juiz aposentado lembrou que, em mais de três décadas de atuação, usufruiu apenas três períodos de férias — reflexo do compromisso pessoal com a profissão e do respeito à missão pública da Justiça.
A aposentadoria encerra um ciclo que uniu literatura, docência e magistratura, três áreas que sempre se comunicaram em sua trajetória. Para Itatiba, cidade que marcou sua fase de amadurecimento profissional, a lembrança de Torrano permanece como exemplo de dedicação e equilíbrio no serviço público.

Com informações do Jornal Correio Popular